segunda-feira, dezembro 19, 2005

sei lá

A Karine atualizou o blog depois de Seis meses, o Luís depois de uma cara escreveu sobre ele. Eu fico pensando o quanto não ando escrevendo sobre mim, o quanto ando falando pouco sobre mim. Não sei ao certo se isso é porque ando em uma fase introspectiva ou por simplesmente recear baldes de água fria em minha cabeça. Tem o tal do tempo, mas acho que o tempo é sempre a melhor desculpa, pois sei muito bem que sempre encontramos um espacinho para o que desejamos. Outra coisa que, talvez, venha contribuindo para esse relativo silêncio são as incertezas. Fiquei com tanto medo de dizer que algo é que acabei escolhendo o tal do verbo estar para tudo que penso. Isso é fantástico para a geminiana guardada em mim, mas complicadíssimo para a taurininha que costuma se manifestar. Escrever no estar é sempre mais complicado, acaba batendo o relativismo e acabo sempre voltando ou ponto do “OU NÃO”. Certo que ando um problemas com isso, queria muito acreditar que as coisas são, queria pensar menos que tudo é uma fase e que logo acabará. Talvez curtisse bastante essa forma de ver as coisas se nada estivesse dando certo, mas quando tudo parece funcionar em uma sincronia perfeita a idéia de que em breve os ventos mudarão me entristece bastante. Lembro-me de um texto que li para a cadeira de Filosofia lá na Puc. O texto era sobre as certezas que inventamos para que possamos sobreviver e viver um cotidiano normal. Algo sobre não termos certeza de nada e que se nos déssemos conta e incorporássemos essa idéia para a vida diária nada mais faria sentido e ninguém conseguiria levar sua vida. Pensar o tempo inteiro que em segundos podemos ser atropelados, soterrados pelo prédio da faculdade ou mortos em um assalto no trabalho faria com que não tivéssemos um porquê. Para seguirmos nossas rotinas precisamos crer que estaremos vivos no segundo posterior. Para quase tudo na vida fazer algum sentido precisamos crer que existe um futuro. Para que serve a faculdade se não irei me formar. Se duvidássemos que estaríamos vivos em dois anos continuaríamos a estudar ou trabalharíamos apenas para sobreviver mais um mês? Sem crer no futuro é passível investir? Seja no trabalho, na faculdade ou no amor? Pois bem, ando em um conflito interno bem grande, de um lado eu creio porque sou humana e se não crer não tenho um porquê, do outro duvido, pois sou humana e tenho medo de me decepcionar com a vida. Ando meio de saco cheio desse meu lado que duvida, ando sentindo falta de me permitir sonhar mais. Lembro do que eu sempre dizia: “se tu bater com a cara na parede o máximo que acontece é quebrar o nariz “. Hoje existem ótimas próteses de nariz, mas existiram próteses de alma?

1 Comments:

Blogger luís felipe said...

pois, querida, parei pra pensar na quantidade absurda de coisas e projetos que deixei de lado justamente por essa certeza de que nada vai durar, nada é certo, tudo é não-sabido. Isso bate em mim com uma frequência bem grande...mas talvez a certeza do incerto seja um ótimo conceito a explorar...

19/12/05 18:18  

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