segunda-feira, junho 18, 2007

Esses dias no meio de outras coisas minha mãe comentou que as coisas mais legais ou sinceras ou importantes ou outra coisa que não lembro são clichês. Na hora não dei bola para a frase, mas tenho que admitir que concordo. Há meses meu blog esta totalmente abandonado, escrevo um texto que outro lá de vez em quando, mas sem muita assiduidade ou compromisso. Antes eu achava que era a falta de tempo, mas ficando um mês em casa sem poder fazer muita coisa que não ficar na cama ou no pc o ritmo do blog não mudou muito. Há uns dias ainda dei uma olhada nos arquivos de um ano atrás e uma coisa me chamou a atenção, muitas reclamações sobre a falta de tempo e mesmo assim muitos textos. E, agora, tanto tempo, tantas mudanças em mim, na minha vida, no meu corpo, na minha cabeça e só tão poucos textos sobre tudo isso. Falta de assunto é que não é. Falta de inspiração?

Hoje pela manhã estava na casa da mãe – sim, agora eu tenho também a minha – e enquanto conversávamos comentei com ela que ainda não havia conseguido postar nada depois do nascimento da Morgana, pois tudo que eu pensava escrever me parecia deveras clichê. Ela disse que também estava com essa dificuldade. Que ia escrever sobre o nascimento da neta ou a saída da filha de casa e quando via tinha a sensação que estava escrevendo para um daqueles PowerPoints cheios de florzinhas. Agora quando me lembrei da frase dela – a qual nem lembro direito – percebi que ela estava certa, as coisas grandes da vida são mega clichês. Entendi então o porquê de tanta ‘falta’ de inspiração. Na realidade é o medo de ser clichê. Portanto, informo aos interessados que é bem provável que este blog torne-se mais atualizado e bem clichê, pois estou numa fase bem assim e a partir de agora falarei sim da alegria de olhar para o filho, da angústia de saber que o filho não poderá ser protegido o tempo todo, do quão fantástico é desembrulhar a primeira geladeira. Enfim, tentarei voltar a escrever sobre a minha vida, afinal só lê quem quer.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

é parecido com ponto turístico, não se tornou ponto de visita pq é feio ou ruim é o contrário, mas mesmo assim as pessoas tem preconceito com eles, tipo eu não vou la pq é ponte turistico...ahannn? acho que os gliches ou lugares comuns tem esse aspecto, muito dizem ou sabem pq esprimem algo à muitos...então acho que deeria haver uma campanha "eanlteça o comum" ou o que é agradavel para muitos...

21/6/07 11:11  
Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

26/6/07 07:09  
Blogger Thais Sardá said...

fantástico este texto, renata. fantástico.

28/6/07 21:34  
Anonymous Anônimo said...

Mas bah, tchê!
Se tu uma quase publicitária (que só não vai usar gravata de mickey porque é mocinha) teve a coragem de assumir que o melhor da vida é assim docinho, levinho e tão bonitinho que nós protestadoras miliantes nem conseguimos escrever a respeito: que esperar de mim? Protegida pelo meio século vou sair por aí dizendo que avó é mãe com açucar e coisas do tipo. Quer saber? E é mesmo. Ai que coisa bem boa.
Depois desta tua posso soltar minha franga, aliás um galinheiro inteiro e dizer que te ver iniciando uma família, tendo tua casa e te assistindo neste milagre da maternidade me inundo na mais pura ternura.
Tocar na Morgana - minha neta, sentir esta guriazinha é a glória.
Será isso aquilo que chamam de vida?

29/6/07 20:50  

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