sexta-feira, maio 12, 2006

pescoço: minha parte preferida do corpo

Eu, particularmente, nem me lembro muito que tenho pescoço. Quer dizer, sei que ele está ali, que preciso esquentá-lo no inverno, que é o lugar apropriado para a tatuagem que um dia (talvez milênio que vem) eu pretendo fazer, sei que quando ele é beijado fico toda arrepiada... ou seja, sou ciente de sua existência, mas não dou grande importância para ele, até porque ele não costuma incomodar. De saco cheio de mal ser notado, o dito resolveu se revoltar e mostrar-me o quão grande é sua importância em minha vida. Acordei, ontem, com um torcicolo terrível. Pescoço duro e dolorido, impossibilitando qualquer movimentação rotineira – nele e em qualquer parte do corpo que resultasse movimentos dele. Geralmente sou alguém que resiste razoavelmente bem à dor, entretanto dores musculares ficam na listinha que foge do geral. Dores musculares me reduzem a um serzinho mínimo e choroso, causando reações semelhantes às da febre. Assim que senti o primeiro “puxão” no pescoço, já comecei a gemer. O coitado do Luís, que teve a infelicidade de dormir aqui em casa, que teve que agüentar as primeiras reclamações e choromingos. Achei o cúmulo quando precisei arrumar meu cabelo e não consegui fazer um mísero rabo-de-cavalo, pois colocar os braços para trás mexia os ombros que, por sua vez, mexia o pescoço e acabava em uma dor insuportável. Sendo assim, imaginem o drama que foi para me arrumar, ajeitar seria mais correto, para ir trabalhar. Sim, porque nas aulas eu não fui, mas atestado na primeira semana de trabalho não rola, né? Então fui encarar o dia de trabalho sem movimentos pescoçais. A lotação foi o primeiro drama. Eu nunca havia percebido como a lotação balança e como o balançar da lotação chega ao pescoço. Depois dei-me conta do quanto um pescoço é relevante na vida de uma secretária, até para digitar usamos, de alguma forma, o tal membro. No meio da tarde até quando caminhava, e ontem tive que caminhar mais que o normal, o pescoço balançava e doía. Além da importância do pescoço, descobri – perplexa- a grande importância das cadeiras giratórias. Elas não servem só para ficar brincando quando não há nada de útil para fazer. Eu amo cadeiras giratórias, desde ontem, como não as amava desde a minha infância. No fim do dia, cansada de esperar que meu pescoço colaborasse com a minha existência, apelei para formas mais agressivas de diálogo e antes de vir para casa comprei uma caixinha de voltaren. Depois de doses consideráveis de voltarem e gel para dores musculares, hoje acordei razoavelmente bem, com uma dor bem suportável. Depois dessa, prometo tratar com mais carinho meu pescoço. Talvez eu até compre uma gargantilha para que ele sinta-se prestigiado e não resolva mais ter uma crise para que eu preste atenção nele. Viram o título? É o início do processo de agradá-lo, só espero que nenhuma parte do corpo tenha uma crise de ciúmes.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Eu sei... Eu dou uma certa importancia pro meu pescoço. Certa vez eu machuquei - não me pergunte como - um nervo qeu fica EMBAIXO do homoplata. Fiquei 2 dias sem conseguir girar o pescoço pra direita. Foi tragi-comico....

13/5/06 10:28  

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