terça-feira, setembro 26, 2006

Lugar novo, com coisas diferentes para fazer e olhar, a companhia a mais agradável de todas. Fim de semana passado, estivemos em Livramento/Rivera. Foi por demais agradável fugir totalmente da rotina. Estou em função de um curta em que um dos personagens vive maquinalmente e acabo de me questionar: quem de nós de tempos em tempos não acaba tornando-se uma maquininha em função da rotina? Os mesmos compromissos, os mesmos programas, a rotina diária e até as mesmas diversões... chega um ponto em que o prazer se perde no fazer igual. Talvez esse seja um ponto crucial no desânimo que andava me assolando ultimamente. Pois bem, nessa curta estada fora de Porto Alegre, saí totalmente do prumo certo e isso me fez parar para pensar. Fora algumas encomendas, para mães e manas, nada mais tínhamos, ‘ter que’ foi trocado por ‘poder’ e ‘desejar’. Apesar de ter sido apenas um final de semana, o bem que me fez foi muito grande. Claro que só sair de casa e dos compromissos diários não resolveria caso a companhia não tivesse a leveza de possibilitar que os desejos falassem mais alto que qualquer outra coisa.

Enfim, sinto-me feliz e, certamente, esta felicidade não é fruto apenas do estoque de perfumes e maquiagens que fiz no meu banheiro. Sinto-me, antes de tudo, leve e solta e farei o possível para que esta leveza seja incorporada no dia-a-dia. Pensando bem, essa viagem não veio só no lote de coisas que fazem pararmos para avaliar nossa vida.

Semana passada foi inaugurado o novo ambulatório de onco hematologia do Hospital da Criança, onde agora estou trabalhando. Em meio às comemorações da inauguração algumas coisas bateram no fundo do peito. Trabalhar tão perto da sofrimento pode não ser tão dolorido, caso nos voltarmos à necessidade de estarmos bem para que possamos confortar um pouco quem tanto precisa de um sorriso e de um tratamento diferenciado. Enfim, nos últimos dias, tenho encontrado motivos suficientes para sorrir mais, como se isso precisasse de motivos. Acho que estou voltando desse longo período de reclusão. J

sexta-feira, setembro 08, 2006