sábado, junho 30, 2007

Seis e vinte da manhã de um sábado e eu acordada, desde as 4. Detalhe, detalhe. Nesta última semana os horários da pequena viraram, mas a culpa é nossa – dos trabalhos da faculdade. Me deu fome, acabei com os cremes instantâneos esses dias, mas ainda tem os do Luís. Não, nós não separamos a comida, mas não consigo me imaginar comprando um creme de mandioquinha. O negócio até que é bom, mas os meus de ervilha eram melhores. Preciso comprar mais dessas coisas. Só liguei o computador para ter companhia nessa ronda matutina. Nessas horas bate uma falta da mãe para conversar. Sempre que eu acordava de madrugada levantava para fumar um cigarro na sala e ela acordava também. No final da gravidez isso acontecia muito. Tínhamos papos surreais às vezes as três da manhã. As vezes falávamos de coisas mais sérias, de preocupações. Era um momento só nosso, enquanto o resto do mundo dormia. Nunca havia me dado conta do quanto gostava disso... são das coisinhas pequenas do cotidiano que sentimos mais falta.

segunda-feira, junho 18, 2007

Esses dias no meio de outras coisas minha mãe comentou que as coisas mais legais ou sinceras ou importantes ou outra coisa que não lembro são clichês. Na hora não dei bola para a frase, mas tenho que admitir que concordo. Há meses meu blog esta totalmente abandonado, escrevo um texto que outro lá de vez em quando, mas sem muita assiduidade ou compromisso. Antes eu achava que era a falta de tempo, mas ficando um mês em casa sem poder fazer muita coisa que não ficar na cama ou no pc o ritmo do blog não mudou muito. Há uns dias ainda dei uma olhada nos arquivos de um ano atrás e uma coisa me chamou a atenção, muitas reclamações sobre a falta de tempo e mesmo assim muitos textos. E, agora, tanto tempo, tantas mudanças em mim, na minha vida, no meu corpo, na minha cabeça e só tão poucos textos sobre tudo isso. Falta de assunto é que não é. Falta de inspiração?

Hoje pela manhã estava na casa da mãe – sim, agora eu tenho também a minha – e enquanto conversávamos comentei com ela que ainda não havia conseguido postar nada depois do nascimento da Morgana, pois tudo que eu pensava escrever me parecia deveras clichê. Ela disse que também estava com essa dificuldade. Que ia escrever sobre o nascimento da neta ou a saída da filha de casa e quando via tinha a sensação que estava escrevendo para um daqueles PowerPoints cheios de florzinhas. Agora quando me lembrei da frase dela – a qual nem lembro direito – percebi que ela estava certa, as coisas grandes da vida são mega clichês. Entendi então o porquê de tanta ‘falta’ de inspiração. Na realidade é o medo de ser clichê. Portanto, informo aos interessados que é bem provável que este blog torne-se mais atualizado e bem clichê, pois estou numa fase bem assim e a partir de agora falarei sim da alegria de olhar para o filho, da angústia de saber que o filho não poderá ser protegido o tempo todo, do quão fantástico é desembrulhar a primeira geladeira. Enfim, tentarei voltar a escrever sobre a minha vida, afinal só lê quem quer.