segunda-feira, maio 29, 2006

Tentei evitar, mas será imprescindível. Estou ligando o piloto automático.

domingo, maio 28, 2006

Rapidinhas sim, por que não?

Como eu já imaginava, e hoje me confirmaram, calcinhas comestíveis são feitas de algo tipo gelatina. Não sei porque resolvi escrever isso aqui. Lembro que várias pessoas não concordaram quando eu disse que eram de gelatina, acho que é por isso. Ah, e , tipo, tem que colocar pouco tempo antes do uso.

Com certa freqüência tenho vontade de me virar para o homem que ocupa o banco ao lado ao meu, em veículos de transporte coletivo, e perguntar se ele está com as bolas inchadas. Sério, é impressionante o espaço que certos homens reservam para seus testículos, isso me dá muita raiva. Me lembrei da teoria do Sandro e dos amigos dele sobre que os testículos deveriam ser removíveis. Deveriam sim e ainda deveria haver uma plaquinha nos ônibus e lotações “Proibido o uso de testículos acoplados neste veículo”.

Profissionais que trabalham domingos a tarde podem ter seu grau de grosseria extremamente alargado. Deveriam distribuir remedinhos para evitar situações desagradáveis aos ouvidos alheios.

Ligar depois das dez com o intuito de ganhar consultas astrológicas para amigas pode fazer mal para a pele, das amigas.

Enquanto jantava assisti uma reportagem interessantíssima no fantástico. Agora parece que eles desistiram da vida sexual dos pingüins e optaram por algo mais quente: sexo explícito das arraias. E pensar que comunicadores se acham criativos.

sexta-feira, maio 26, 2006

ciganas, herpes, mestrado e labirintos

Talvez alguns lembrem da neura que tenho em ir a Canoas e da neura maior em ir a base aérea. Além de o lugar me trazer lembranças, aquilo ainda parece um labirinto. Hoje, pela primeira vez na vida, fui sozinha lá e tudo estava indo muito bem até que comecei a olhar em volta e perceber que não tinha a mínima idéia de onde estava e muito menos de como chegaria à saída que é perto da estação de trem. Depois de andar bastante encontrei dois soldadinhos que, por um milagre, foram solícitos e me explicaram como chegar ao meu destino pretendido. Quando cheguei no centro de Porto Alegre fui indo em direção ao ponto da lotação Hospital Conceição quando alguém me pediu um cigarro. Não sei por que cargas d’água eu resolvi dar o cigarro e quando eu me dei conta a confusão estava armada. Quem havia me pedido o cigarro era uma daquelas falsas ciganas e como eu fui mais prestativa do que deveria fui puxada pelo braço e quando me dei conta uma outra estava lendo a minha mão. Em segundos eu estava sendo informada que ia perder o homem que amava por alguém havia feito um trabalho para nos separar e que eu deveria dar 120 reais em velas para que o trabalho fosse desfeito. Eu com uma mão agarrada à minha bolsa e outra presa na pretensa cigana tentando me desvencilhar e ser mais mentirosa que ela dizendo que um dia voltaria com o dinheiro das velas se ela me soltasse. Acabei dando alguns cigarros como pagamento do resgate da minha mão. Aaaaaaaaaaaaaaí, quando entrei na minha lotação eu não sabia se ria ou se chorava. Fora isso o meu dia foi bem normalzinho.

Ontem assisti as gravações feitas no finde passado para o documentário e fiz uma descoberta incrível. Eu não odeio a minha voz. Sério, até ontem sempre acreditei que minha voz era horrorosa e ouvindo as gravações achei ela bem jeitosinha, até pegável. Calma, calma, não pretendo levar esse sentimento a diante, foi só um flerte.

Acho que estou mais stressada do que penso, depois de quase dois anos, uma herpes estourou na minha boca e agora estou enchendo de pomada para que ela desapareça até amanhã de noite, pois não pretendo que essa bolinha maldita me impeça de encher meu namorado de beijos.

Uma coisa que o Sandro me disse no domingo, longe das câmeras, fez muito sentido. Fiquei pensando que deve ter muita gente que engata um mestrado assim que termina a facul para tentar prolongar o status de estudante, mesmo que só psicologicamente.

Estou agitadíssima e pretendo dormir cedo, então vou dando tchau e desejando um Feliz Final de Semana , principalmente, para quem terá um fim de semana de verdade, eu trabalharei.

quinta-feira, maio 25, 2006

uma letra bem apropriada......

"Só tenho tempo pras manchetes no metrô
E o que acontece na novela 
Alguém me conta no corredor

Escolho os filmes que eu não vejo no elevador
Pelas estrelas que eu encontro
Na crítica do leitor

Eu tenho pressa
E tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim

Eu tenho pressa
E tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim

Só me concentro em apostilas
Coisa tão normal
Leio os roteiros de viagem
Enquanto rola o comercial

Conheço quase o mundo inteiro
por cartão postal
Eu sei de quase tudo um pouco
e quase tudo mal

Eu tenho pressa
E tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim

Eu tenho pressa
E tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim...
Eu tenho pressa
E tanta coisa me interessa

Mas nada tanto assim..."


Nada tanto assim
Kid Abelha


terça-feira, maio 23, 2006

vai uma vitamina C, aí?

Talvez eu devesse tomar mais suco de laranja ou vitamina C, pensando em que já estou com quilinhos a mais, vitamina C é uma boa alternativa. Não havia me dado conta disso, mas trabalhar em um hospital na véspera do inverno é um ótimo caminho de passar com o nariz escorrendo e a cabeça doendo. Não havia pensado nisso pelo fato de já ter estagiado em hospital ano passado e não ter notado nada de mais. O que havia me esquecido é que o ambiente do Cristo Redentor é outro. Talvez mais feio, com mais fraturas e ossos expostos, mas certamente, com menos vírus no ar. Na Onco hemato, onde passo boa parte do tempo, o foco é outro. Todavia, duas horas por dia fico na central de leitos, onde ocorrem as baixas e boa parte delas ocorrem por doenças respiratórias. No fim de semana ouvi que o pessoal administrativo não deveria receber por insalubridade, agora questiono: será que não mesmo? Não querendo comparar os riscos com os médicos, bioquímicos, enfermeiros e técnicos que trabalham diretamente com material contaminado, mas, certamente, minhas vias respiratórias estão mais expostas que a da maioria da população porto-alegrense. Entretanto, só são considerados os riscos do meu cargo para minha coluna e meus pulsos. Todavia, como não pretendo ter um problema sério de coluna, já fiz os cálculos. Se eu conseguir manter meu pescoço comportado com uma cartela de voltaren por mês, sobrarão quarenta reais para vitamina C, anti hestamínicos, anti térmicos, remédio para dor de cabeça e lenços de papel. Acho que terei que economizar nos lenços de papel.

sábado, maio 13, 2006

faz tempo...

Hoje acordei com o nariz escorrendo, o que não quer dizer nada para uma rinitenta como eu. O que me assustou foi uma crise de tosse que tive agora pouco. Espero, do fundo do meu coração, que sejam coisas separadas, pois uma gripe nesse momento seria péssima. Hoje e amanhã eu trabalho. Comecei a trabalhar segunda passada e só terei folga dia 20 e 21. Como faço seis horas diárias tenho que trabalhar seis dias por semana e como no outro finde é meu aniversário e as gravações do documentário, preferi trabalhar esse inteirinho. O pior é que descobri que no outro ainda também trabalharei inteiro, pois fui contratada dia 4 e naquele fim de semana não havia opção de trabalhar ou não e ele contou todo como folga. Assim que der, vou ver se consigo passar para horário administrativo, ou me acostumar a não ter fins de semana.

Falando nisso me lembrei de um diálogo com o Ressel sobre namorar com essa vida que a gente tem. Eu cheguei a conclusão que ou tu namora alguém da facul ou alguém do trabalho ou não namora. O Ressel deu outra alternativa: ou tu namora alguém que não faz nada e está sempre disposto a se adaptar aos teus horários. Realmente, é uma possibilidade. Cabe aqui uma explicação, dirigida ao Sandro, pois acho que é o único leitor que não conhece o Ressel. O Ressel é meu colega de PP e namora a Cela colega de jornal do Luís. Então ele ainda reclamou dos horários diferentes, mas eu lembrei que poderia ser pior, namorar alguém do vale seria um caos. Falei que as coisas ficariam piores para nós, pois eu começaria a trabalhar fim de semana, ele disse que para eles também, pois ela também trabalharia alguns findes e quando não trabalhasse tem as datas que vai para a casa dos pais. Concluímos que, realmente, esta não é uma fase da vida muito propícia ao namoro. Fiquei pensando em como somos persistentes. Eles, nós. Claro que tem as recompensas, mas pensando só no lado prático, namoro não é nada prático no meio dessa vida atribulada. Os adolescentes que estão no colégio e no início da faculdade deveriam aproveitar essa época para namorar muito. Esses dias tive uma tarde livre, durante a semana, o que não acontecia há meses e fui com a mãe ao café do Bourbon, aquele que fica na frente do cinema. Por lá, vi alguns casais de adolescentes namorando. Tão bonitinho. Deu saudade da época em que não havia empecilhos para se namorar no meio de uma tarde de segunda-feira. Pena que quando podíamos fazer isso não dávamos o devido valor. Bom, agora não adianta, o lance é tentar encaixar um horário aqui, outro ali para ter um tempinho junto.

sexta-feira, maio 12, 2006

"Tive razão, posso falar
Não foi legal, não pegou bem
Que vontade de chorar, dói
Em pensar que ela não vem só dói

Mas pra mim tá tranquilo
Eu vou zuar
O clima é de partida
Vou dar sequência na vida

De bobeira é que eu não estou
E você sabe bem como é que é
Eu vou
Mas poderei voltar quando você quiser"
Seu Jorge

pescoço: minha parte preferida do corpo

Eu, particularmente, nem me lembro muito que tenho pescoço. Quer dizer, sei que ele está ali, que preciso esquentá-lo no inverno, que é o lugar apropriado para a tatuagem que um dia (talvez milênio que vem) eu pretendo fazer, sei que quando ele é beijado fico toda arrepiada... ou seja, sou ciente de sua existência, mas não dou grande importância para ele, até porque ele não costuma incomodar. De saco cheio de mal ser notado, o dito resolveu se revoltar e mostrar-me o quão grande é sua importância em minha vida. Acordei, ontem, com um torcicolo terrível. Pescoço duro e dolorido, impossibilitando qualquer movimentação rotineira – nele e em qualquer parte do corpo que resultasse movimentos dele. Geralmente sou alguém que resiste razoavelmente bem à dor, entretanto dores musculares ficam na listinha que foge do geral. Dores musculares me reduzem a um serzinho mínimo e choroso, causando reações semelhantes às da febre. Assim que senti o primeiro “puxão” no pescoço, já comecei a gemer. O coitado do Luís, que teve a infelicidade de dormir aqui em casa, que teve que agüentar as primeiras reclamações e choromingos. Achei o cúmulo quando precisei arrumar meu cabelo e não consegui fazer um mísero rabo-de-cavalo, pois colocar os braços para trás mexia os ombros que, por sua vez, mexia o pescoço e acabava em uma dor insuportável. Sendo assim, imaginem o drama que foi para me arrumar, ajeitar seria mais correto, para ir trabalhar. Sim, porque nas aulas eu não fui, mas atestado na primeira semana de trabalho não rola, né? Então fui encarar o dia de trabalho sem movimentos pescoçais. A lotação foi o primeiro drama. Eu nunca havia percebido como a lotação balança e como o balançar da lotação chega ao pescoço. Depois dei-me conta do quanto um pescoço é relevante na vida de uma secretária, até para digitar usamos, de alguma forma, o tal membro. No meio da tarde até quando caminhava, e ontem tive que caminhar mais que o normal, o pescoço balançava e doía. Além da importância do pescoço, descobri – perplexa- a grande importância das cadeiras giratórias. Elas não servem só para ficar brincando quando não há nada de útil para fazer. Eu amo cadeiras giratórias, desde ontem, como não as amava desde a minha infância. No fim do dia, cansada de esperar que meu pescoço colaborasse com a minha existência, apelei para formas mais agressivas de diálogo e antes de vir para casa comprei uma caixinha de voltaren. Depois de doses consideráveis de voltarem e gel para dores musculares, hoje acordei razoavelmente bem, com uma dor bem suportável. Depois dessa, prometo tratar com mais carinho meu pescoço. Talvez eu até compre uma gargantilha para que ele sinta-se prestigiado e não resolva mais ter uma crise para que eu preste atenção nele. Viram o título? É o início do processo de agradá-lo, só espero que nenhuma parte do corpo tenha uma crise de ciúmes.

segunda-feira, maio 08, 2006

Nunca havia pensado no termo e quando pensei me soou por demais estranho. Não lembro-me de ter ouvido alguém se referir à minha ex amiga ou ex amigo. Falamos que fulana “foi minha amiga” ou que beltrano “que era meu amigo...”, mas não lembro de usarem o “ex” na frente de amigos que não são mais. Existem ex namorados, maridos, chefes, etc. Acho que colocamos os ex em casos irreversíveis e, geralmente, nas amizades nada é irreversível. Sei lá, isso é apenas uma teoria. O fato é que, esses dias, encontrei uma pessoa e pensei “como é estranho encontrar uma ex amiga” e então me dei conta que nunca havia ouvido o termo antes. De fato encontrar ex amiga é estranho, mas não mais que alguns ex namorados. Tratar com, no máximo, cordialidade alguém que já foi íntimo e soube dos por menores de nossas vidas é algo, na realidade, geralmente bizarro. Porém, tem tantas coisas bizarras nessa vida que nada me surpreende mais.

quarta-feira, maio 03, 2006

Primavera

Não sei a data, ao certo, era outubro ou novembro. Talvez até fosse setembro. Era quente, não o quente de janeiro, tinha o clima de primavera. Sempre achei que a primavera foi feita para se apaixonar. Hum, era uma terça-feira. Não sei como guardei isso, de ser terça-feira. Estávamos no colégio, eu adorava ficar no colégio sem ter nada para fazer. Minha mãe sempre implicava, mas era tão bom ficar por lá sem nenhum compromisso. Sempre inventava trabalhos em grupo para poder passar as tardes no colégio. Era tão bom aquilo. Ficávamos em algum banco, meio jogados, os pés de uns sobre os de outros, a cabeça em algum ombro de amiga ou de um amigo giz de cera. Sempre prontos a dar uma desculpa esfarrapada para alguém do SOE que aparecesse e perguntasse o porque da nossa presença ali. Não era tarde, mas eu disse que ia embora. Não lembro ao certo porque fiz aquilo, lá se vão muitos anos. Olhei em volta e perguntei quem iria me levar na parada. Tínhamos esta mania, pedíamos companhia para ir pegar o ônibus. Era uma forma de tentar ficar sozinho com alguém. Seja com uma amiga para fazer os comentários da tarde, seja para ver se o menino em questão iria se oferecer para nos fazer companhia. Acho que por isso resolvi ir embora cedo. Talvez se ele não tivesse se oferecido, eu ficasse me enrolando e só fosse embora mais tarde. Mas ele se ofereceu, o menino cor de mel disse que ia comigo. Perguntamos se mais alguém nos acompanhava. Ninguém se manifestou. Não sei se por preguiça ou se o clima entre nós era visível. Bem provável que pelo segundo motivo.

Eu esperava e temia há dias pelo momento que ficássemos sozinhos. Já fazia algum tempo que os olhares e indiretas andavam se intensificando. Na última vez que havíamos ficado sós ele havia sido claro. Quando estávamos chegando na frente do colégio, onde as pessoas podiam nos ver, mas não nos ouvir, ele disse que tinha vontade de ficar comigo. Eu nunca havia ouvido isso tão claramente, muito menos de alguém que eu queria ficar. Aquela frase ecoava na minha mente há dias e eu sabia bem que dá próxima vez que ficássemos a sós o assunto voltaria. Eu esperava ansiosamente por isso. Um misto de vontade e medo.

Caminhávamos lado a lado. Quanto mais nos afastávamos do colégio, mais minhas mãos gelavam, meu estômago gelava, mais eu tremia. Entre a quadra do colégio e o terminal de meu ônibus havia uma praça. Logo que passamos na esquina ele parou. Disse que não queria me levar na parada. Eu o olhei com cara de interrogação. Ele disse que queria fazer outra coisa. Eu disse: então faça. Então seus lábios tocaram os meus. Não sei quantos beijos ele me deu. Sei que esqueci o ônibus, esqueci a parada, esqueci até que eu tinha casa. Passaram-se minutos, horas. Nós em um banco daquela praça. Certamente, era primavera.