sexta-feira, junho 23, 2006

E a vida segue, e vou fazendo meus trabalhos, e os gnomos passeiam pela casa, e meus cabelos andam ressecados demais. Sério mesmo, não sei o que faço com meus cabelos, talvez eu devesse cortá-los, talvez eu passe maisena, como li na comunidade de cabelos coloridos. Sei que cortá-los seria a melhor solução, mas gosto de poder prendê-los então talvez eu peça aos gnomos um pozinho mágico para torná-los mais macios. A facul segue naquele ritmo frenético de fim de semestre. Não acharia estranho se eu entregasse o trabalho de mídia para o professor de planejamento e o de planejamento para o de mídia, pois não bastasse à confusão mental que a época proporciona, eles ainda resolveram dividir clientes e fazer uma miscelânea na minha vida. Entre o T7 e o São Manoel estou terminando o livro de composto. Tudo bem, tudo certo, nem um grande problema, fora o vazamento no meio da sala que a reforma no prédio proporcionou. O vazamento não seria um grande problema não fossem os peixes e, principalmente, os pescadores trazidos pela esperança de levar uns dourados para casa. Nada contra pescadores, só não estou acostumada a ter tanta gente em casa e devo confessar que as vezes me incomodo quando eles se queixam da música alta porque assusta os peixes. Fazer trabalhos sem música é bem mais estressante. Além do mais, ontem tive que interromper meus estudos para salvar um que indo entrando chão a dentro atrás de uma sereia. Levei algum tempo para convencê-lo que não sereias não existem e que aquilo era uma gnoma ninfomaníaca e que se ele continua-se desse jeito ia chegar em casa com marcas de batom e seria uma briga. Imaginem se a mulher dele o expulsa de casa e ele resolve montar acampamento na minha cozinha, seria um transtorno. Até porque na cozinha está montado o acampamento principal dos gnomos e o pai da gnoma ninfo já disse que se ele resolver se amasiar com ele vai ter tiro. Imaginem só se aquele gnomo maluco resolve fazer um tiroteio na minha cozinha. Mais canos furados, mais peixes e daqui a pouco teremos um boto cor-de-rosa e certo que ai vai dar arrastão e se der arrastão associações de proteção aos animais vão me encher o saco.Com todo essa gente aqui em casa é que nunca acabarei meus spots para segunda-feira.

terça-feira, junho 20, 2006

Corre-corre, corre-pensa, corre-fala, corre-decide, corre-come, corre-lê, corre-escreve, corre-anda, corre-acelera, corre-sente, corre-escolhe, corre-chora, corre-corre, corre-produz, produz, produz, produz, produz, produz, corre, corre, corre, corre, corre, corre, corre, corre contra o tempo.

Homenagem ao inimigo:

Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia

Vinícius de Moraes

segunda-feira, junho 12, 2006

para onde vamos?

Sei que alguns assuntos são recorrentes, mas fazer o quê, né? Se quando vejo estou com eles novamente na cabeça. Além do mais vocês sempre têm a opção de não ir até o fim, eu não, quando começa é difícil parar... então lá vou eu de novo. Hoje de manhã me peguei pensando em algo que o Luís falou semana passada em um almoço no R.U., acho que foi sexta. Naquele dia tecemos muitas considerações, tanto ele como eu e acho que concordamos mutuamente um com o outro. Entretanto, hoje, enquanto eu me chateava mais uma vez com o ritmo da vida que tenho levado, fiquei pensando que não sei mais se concordo com uma das coisas que ele falou. Era uma crítica a uma forma de levar as coisas, na realidade uma forma que nos parece um tanto inconseqüente. Porém, hoje fiquei pensando novamente nisso, na inconseqüência, no grande senso de conseqüência, e em muitas coisas que fazem com que ajamos assim e não assado. Não tenho mais certeza em até que ponto um grande senso de conseqüências, um pensar sempre no que pode vir depois, é de fato positivo. Fico pensando que talvez não o seja. O fato, único que tenho certeza, é que não temos certeza de nada e que, portanto, ser precavido e sensato pode não adiantar muito. Talvez eu acabe usando a sensatez como um refúgio, um nome bonito e honroso para o medo apenas. Vejo muita gente que jogou fichas pesadas em coisas que “não deram certo”, será que elas se arrependem? Ao meu ver, a maioria parece não se arrepender. E quantas vezes agimos de forma sensata e as coisas mudam de rumo? E quantas dores involuntárias acabamos sofrendo? Sofreríamos mais se pensássemos menos ou daria no mesmo? Sei é que ando com a impressão que planejo minha vida para o futuro, futuro que nem sei se terei. Ta, talvez hoje eu esteja especialmente trágica. Pois dormi pouco, estou em TPM e são quase nove da noite do dia dos namorados e não falei com o meu, mas enfim, dando o devido desconto, talvez as coisas façam sentido.

quinta-feira, junho 08, 2006

No fim o automático pifou e fui obrigada a continuar gente, obrigada a continuar dormindo vez que outra e sentindo e pensando e todas essas coisas que pessoas fazem. Não sei bem se o automático era só para produzir em demasia ou para não me stressar com os outros seres humanos. Não me lembro, ao certo, qual foi o outro semestre da faculdade que foi tão ruim quanto esse; segundo ou terceiro, acho. Esse semestre está daqueles sem encanto, sem sal, sem gosto e com muito trabalho. Trabalhos grandes e, na maioria, muito chatos. As cadeiras parecem reprises mal editadas de anteriores. Não acrescentam grande coisa (estou sendo simpática, poderia dizer coisa alguma) e ainda são trabalhosas. Um semestre só para cumprir tabela... De um modo geral minha crença na humanidade, principalmente no que se refere a comunicadores, anda em baixa. Não tenho feito muita festa, nem muitos passeios. Ando com uma rotina bem medíocre. Entretanto, no trabalho, tenho encontrado alguma satisfação. Quando não nos simples afazeres, no convívio diário com a infância. Bebês são a melhor coisa do mundo e percebo que existe uma simpatia deles comigo, não só dos bebês, mas das crianças em geral. Vira e mexe tem um abrindo os bracinhos e pedindo colo ou oferecendo a mãozinha para ajudá-lo a caminhar pelos corredores ou até mesmo uma criança querendo dar um beijo na tia ou um tchauzinho, loucos de faceiros de ir embora. O contato com o público adulto às vezes não é o mais agradável; porém, depois de algumas considerações externas tenho aceitado de forma melhor algumas grosserias e tentado compreender que a compreensão do mundo que cada um tem é bem diferente. Do grupo de trabalho não tenho o que reclamar, ao menos os que trabalham direto comigo têm sido muito solícitos e acolhedores. Enfim, tenho encontrado não trabalho a satisfação que anda faltando com a faculdade e o piloto automático foi para o conserto.