domingo, agosto 27, 2006

Mente encontra refúgio

Corpo encontra descanso

Pele que acalenta, que conforta

Não sei mais se sonho ou realidade

O cheiro tão conhecido, tão apaziguador

Leva o pensamento longe, mantém o corpo perto

Perto, perto...

Tão próximo, tão junto

Tão cúmplice, tão meu, tão eu

Não sei mais se junto ou só

Tão completa que estou

Seremos mesmo dois?

Não mais.

Quem sabe um?

É quando longe... que vejo

Que falta parte

Não completa, falta a paz

Falta acalento, falta tanto

Tanto que nem sei

O que sou eu e o que se vai

segunda-feira, agosto 14, 2006

Todos os dias a história era a mesma. A mesma angústia, os mesmos medos, a mesma raiva, a mesma culpa pela raiva, as mesmas dores, o mesmo sentimento de impotência. Tudo, tudo, sempre igual. As vezes menos igual, as vezes fugia, se metia em outro canto, as vezes cansava, se escondia em seu mundo. Um mundo particular em que poucos podiam entrar, um mundo em que a raiva não era convidada, um mundo no qual se despia de tudo, em que deixava a ternura tomar conta e só o amor e a beleza eram homenageados. Eram universos paralelos, portas dividiam a vida. O bom e o ruim, o péssimo e o ótimo. O real e o sonho. Qual era o real e qual era o inventado? As vezes um, as vezes outro. As vezes sabia que os dois eram reais, as vezes duvidava dos dois. As vezes cansava de dividir seu mundo em dois. As vezes pensava que o bom podia ser o único. As vezes temia que se o ruim sumisse o bom se torna-se ruim. Medo, medo, medo. Classificados, ofertas, possibilidades. Eu posso. Força. Eu posso sim. Força. Não é fácil. Medo. É difícil. Medo. Dor. Dor. Angústia. E assim seguia transitando cotidianamente entre os dois mundos. Seriam as dores inventadas? Seria a beleza criação? Talvez um dia descubramos qual era de verdade. Ou talvez não. Talvez sem saber o que era real e o que era sonho transformaremos o sonho em real e a realidade em uma lembrança distante. Talvez sim, talvez não.

domingo, agosto 06, 2006

Ando distante daqui, acho que na realidade ando distante de quase tudo. Ando olhando quase tudo de forma superficial, meio de longe, meio sem aprofundar, só uma visão da paisagem, sem closet. Talvez essa seja a melhor forma de fugir dos incômodos, não analisá-los, não pensar muito neles. Tu sabe que eles existem, mas não foca. Assim eles parecem apenas mais um elemento no meio da paisagem. Acho essa forma de ver as coisas meio problemática, mas talvez seja extremamente necessária. Talvez olhando o contexto fique mais fácil de não fazer tempestade em copo d’água, talvez eu consiga analisar tudo de forma mais racional e dar os devidos valores. Assim espero. Essas férias foram interessantes, não foram fantásticas mas deram para dar uma acomodada na cabeça, uma descansada no corpo e, a parte mais gostosa, para ficar um pouco mais com o Luís. O semestre começa amanhã, mas só tenho aula na terça. Alias, estou achando que será muito bom ter um semestre atípico, com carga horária ínfima, assim talvez eu consiga ter mais tempo para dar atenção à minha pessoa. Talvez assim eu tenha tempo para focar melhor algumas coisas. Pressinto que algumas coisas estão por modificar, veremos...