domingo, abril 23, 2006

As coisas não andam nem um pouco fáceis para mim nos últimos tempos. Tenho tentado manter a tranqüilidade e seguir em frente, mas as vezes não dá, as vezes as coisas se acumulam de uma forma que não tem tranqüilidade que resista. Esse fim de semana foi péssimo, não o que fiz ou deixei de fazer, mas a porque fiquei tensa o tempo todo. Há um mês e pouco havíamos definido que no próximo feriado iríamos para fora jogar as cinzas de meu pai no campo, como ele queria. Isso era para ter sido feito há três anos; porém, devido ao suicídio isso teve que ser adiado. Há uns dois meses atrás minha madrasta cremou meu pai e nos avisou dias depois. Devo dizer que fiquei indignada pela falta de respeito, inclusive, a lei. Segundo a lei eu deveria estar presente para que isso acontecesse. Todavia, como tenho feito há três anos, não criei caso. Esse fim de semana a pessoa avisou que não pretendia mais ir conosco levar as cinzas e que ela não indo as cinzas não iriam também. Afinal, as cinzas estão com ela. Desde que meu pai faleceu a pessoa que morava com ele age como se fosse a única que sofresse, a única que um dia conviveu com ele, não respeita parentesco, sofrimento alheio ou mesmo direito legal. Tenho sido tolerante, tentado manter a civilidade e não me abater com nada; entretanto, chega um ponto em que as coisas passam do limite. O meu limite acabou. Eu sou assim, infelizmente, sou assim com tudo e com todos. As pessoas me sacaneiam, me magoam, agem mal e eu tolero, tolero, tolero. Vou segurando minhas pontas, vou passando a mão na cabeça, vou tentando entender. Até um belo dia em que tudo muda e meu posicionamento muda. Sou assim com coisas boas e más. Vou pensando, acumulando idéias e posicionamentos. Não consigo dizer basta ou mudar algo sem ter certeza dentro de mim que é isso mesmo. Talvez fosse bem mais fácil se eu agisse intempestivamente, saísse tomando atitudes de um dia para o outro; todavia, quando são coisas que considero importantes não consigo ser assim. As coisas precisam ficar prontas aqui dentro antes de se transformarem em ações. Preciso de tempo para assimilar tudo, sou bem lenta nesse sentido. Até porque dificilmente considero a hipótese de voltar atrás. Um dia acordo com a coisa pronta para passar para a nova fase. Sei que para muitos isso parece simples enrolação e indecisão, falta de bases ou de rumo; porém, cada um tem seu modo de lidar com o que mexe de fato. Na história das cinzas o desenrolar foi o mais bizarro, próprio de comédia ou de dramalhão mexicano. As cinzas serão divididas entre ela e nós.

sábado, abril 22, 2006

um belo momento no carnaval


Essa imagem pode não dizer muitas coisas para os outros; todavia, para mim diz muito. É uma janela de um dos momentos tão gostosos da semana do carnaval. Estava eu olhando para a praia quando me virei e vi ao meu lado aquela imagem tão bela, a mão sobre o livro, os óculos largados, a camiseta na areia. Objetos que remontam um belo momento e, claro, a minha mania de fotografar objetos que, ao meu ver, remontam tão perfeitamente momentos.


terça-feira, abril 18, 2006

Li no flog da minha irmã uma frase que me trouxe lembranças. Inverno pede casal. Lembrou-me de uma época, não muito remota, que passei alguns anos seguidos sem namorar ninguém de fato. Na época andava com amigas que também estavam solteiras e já haviam namorado e existia um consenso. Inverno sozinha é o ó. Passávamos a primavera, o verão e parte do outono, faceiras, fazendo festa e adorando a idéia de não dar satisfação para ninguém, de não ter compromisso com ninguém. Porém, assim que o inverno começava a se anunciar a situação ficava crítica. Ia batendo uma carência generalizada, um xororô e a velha frase “Eu quero um namoraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaado” passava a ser freqüente. Bom mesmo é tomar vinho na frente da lareira com o namorado, isso era uma certeza, mesmo para as que nunca haviam tomado vinho na frente de uma lareira, quem dirá com namorado. Bom mesmo é ficar embaixo das cobertas comendo chocolate, acompanhada. Bom mesmo é ter namorado. Namorado, vinho, chocolate e cobertas estavam em nove entre dez dos nossos desejos. Sendo que chocolate é fácil de encontrar, cobertas todas tinham em casa e vinho sempre tem um que cabe no orçamento, o verdadeiro objeto de desejo do inverno era o tal do namorado. Claro que nunca nos passou pela cabeça que o namorado pudesse não comer chocolate, tomar vinho ou ser hiper ativo e detestar ficar embaixo das cobertas por muito tempo. Enfim, idealizações são idealizações. Percebo agora que esse meu inverno tem tudo para ser fantástico.

sábado, abril 15, 2006

Falsidade cotidiana

Quando ele chegou eu já sabia o que vinha. Fazia dias que as coisas estavam tomando forma. Horários estranhos, ligações escondidas, aquela cara de cachorro sem dono, aquele velho olhar perdido sempre evitando meus olhos. Existem dois tipos de homem. Os que sabem mentir e os que mentem mal. Mentir, todos mentem, isso é fato. Mas tem aqueles que mentem muito bem, que disfarçam, que simulam, que não sentem remorsos ou pena. Ele não é desses. Sempre preferi os com culpa na consciência. Com eles sabemos onde estamos pisando. Quando nos traem, porque todos traem, sabemos que estamos sendo traídas. Eu prefiro saber quando estou sendo enganada. Não sei por que sou assim. Talvez fosse mais fácil não saber. Talvez muitas vezes eu não tenha sabido e nem tenha me preocupado com isso. O fato é que ele não era assim. Ele é daqueles que não sabe mentir, que se sente culpado, que evita olhares e gera longos silêncios. Quando ele chegou, eu já senti. O jeito de abrir a porta já avisava. A chave girou lenta, a mão era tremula, como de alguém que teme o que há de vir. Ele chegou quieto, desviou os olhos. Eu fiz que não havia percebido, não queria facilitar. Não sei dizer quantas voltas ele deu dentro do apartamento. Da sala para o quarto, do quarto para a sala, da sala para a cozinha, da cozinha para o banheiro, do banheiro para o quarto e de novo para a sala. Estava tentando chamar minha atenção. Suplicava para que eu perguntasse o que estava acontecendo. Mas eu, nada. Não desviei nem por um momento meus olhos das páginas do livro que tinha em minhas mãos. Nem quando ele sentou na poltrona em minha frente perdi a concentração na minha leitura. Quando ele me chamou, fingi distração. Quando disse que precisávamos conversar, perguntei se não podia ser depois. Apenas depois dele insistir, tirei os olhos das páginas e fechei o livro. Ele tinha uma postura grave, eu continuei jogada no sofá como quem iria discutir o cardápio da próxima refeição. Ele evitava meus olhos, então passei a encará-lo. Queria vê-lo sofrer, suar, antes de me dispensar. Eu sabia bem o que viria, mas não deixei transparecer nada. Me disse surpresa, magoada, traída. Ele pedia que eu entendesse, que fosse compreensiva, que fosse razoável. Eu não entendia nada. Chamou pela coerência, nós não andávamos bem. Eu não percebia, não compreendia nada. Chorei todas as lágrimas que minha condição pedia. Queria ter certeza de a culpa ficaria guardada em sua consciência e em seu coração.

terça-feira, abril 11, 2006

E a tecnologia chega ao mundo brega.....

e eu quepensava que já tinha ouvido de tudo.....
é, o fim do mundo está próximo.....

" Eu vou te deletar te excluir do meu orkut
Eu vou te bloquear no MSN
Não me manda mais scraps nem e-mail, Power point
Me exclua também e adicione ele"
Ewerton Assunção

domingo, abril 09, 2006

Papos descompromissados e por demais agradáveis no MSN. Boa forma de passar o domingo. Uma leve preguiça e um bem estar delicioso. Esse fim de semana valeu muito. Alias, ultimamente, de um modo geral, as coisas andam valendo muito. A minha relação com as pessoas tem me feito muito bem. Ando em uma fase de amigos, como já dei a entender. Com o amor as coisas as vezes se perdem, mas acabam se achando depois. Talvez seja porque as vezes esquecemos a amizade fantástica e colocamos as cobranças de casal na frente de coisas mais importantes, como o prazer de estar junto, mas, enfim, o importante é que conseguimos nos achar no final.

Na sexta fui em um local que não é a minha praia. Talvez me sentisse meio perdida se não tivesse com quem estava. Eu e o Luis ficamos contando histórias insanas da época que freqüentávamos aquele tipo de festa. Demos muita risada, foi por demais divertido. Depois a bizarrice típica de noites com fabicanos imperou e acabamos em um verdade ou conseqüência absurdo. Voltando para casa concordamos que uma festa tem que acabar com lanche e cerveja e acabamos indo pro bambus. Fui dormir já era cedo.

Ontem fui no aniversário de um grande amigo meu e também foi muito bom. Dancei tudo que não tinha dançado na noite anterior. Dei muita risada. Música boa, clima bom, companhias maravilhosas. Mais uma vez fui dormir com o dia claro.

Agora to aqui me preparando para começar a correria mais uma vez. Mas com um belo sorriso estampado na alma.

quinta-feira, abril 06, 2006

Esses dias eu estava pensando como o número de amigos homens foi reduzindo-se ao longo da minha vida. Atualmente, ando com bem mais mulheres do que sempre andei e ando sentindo falta de opiniões masculinas, de preferência, héteras. Não é conselho, é aquela coisa que os homens sempre fazem de nos puxar para a realidade deles e fazer com que entendamos melhor o que está acontecendo, seja para nos dar mais razão ou para nos mostrar o quanto estamos enganadas. E, infelizmente, está visão é diferente quando falamos com os amigos gays, eles sempre entendem melhor nossas queixas e tendem a nos dar mais razão. O que me deixou admirada é que logo depois de eu começar a pensar sobre isso, um número razoável de amigos começou a dar as caras. Seja amigos que eu não via há anos, seja amigos que andavam só afastados. No orkut, MSN ou até por telefone, parece que as pessoas resolveram aparecer de uma hora para outra. Sério, isso é muita coincidência. Nas últimas semanas ao menos três pessoas que eram bem próximas entraram no meu MSN. Ontem mesmo recebi uma ligação de alguém que a última vez que eu falei direito fazia mais de sete anos. Sei lá, não sei muito bem o que isso quer dizer, mas me dei conta e achei bem interessante. De qualquer forma tem sido bem interessante dar uma revisada no passado com os olhos atuais. E pensar que, de repente, não ando com poucos amigos, tenho andado, apenas, afastada deles.