terça-feira, janeiro 31, 2006

"Ainda que eu falasse a língua do homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. mas então veremos face a face.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria."

Monte Castelo
Legião

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Vira e meche me questiono o quanto vale tudo isso. Voltei a pensar se não teria mais sentido largar tudo e virar monge (ou monja). Sempre que não vejo onde me segurar penso nisso. Provavelmente isso passe em breve, é só algo dar certo e já passa. Estou naquelas épocas em que nada está bom, de uma hora para outra todo o bolo desanda e a única coisa que dá vontade é de não sair da cama. Sei que não posso ficar nessas, que isso só piora e a tendência é aumentar. Acho que estou é sentindo falta de gente, parece que nas férias eu fico tão só. Sei lá, pensarei sobre ver gente, pensarei sobre me isolar do mundo, pensarei nas mil coisas práticas que tenho que fazer.

sábado, janeiro 21, 2006

Só mais uma teoria

Seres humanos, será que dá para generalizar? O vizinho de cima, o professor de pesquisa, a minha amiga do segundo grau, minha mãe, eu, você. Além do corpo semelhante, do polegar opositor e da linguagem, será que dá para encontrar outras várias semelhanças? Há alguns anos li “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, ou seria o contrário, e encontrei a divisão mais clara e bem feita da humanidade. Na época estava saindo de um relacionamento um bocado longo e o livro me ajudou a perceber os motivos que haviam nos levado a ruína. Na realidade, o motivo era um apenas: acreditar que homens e mulheres são iguais e que as diferenças não são importantes. Foi uma leitura bastante dolorida, pois vez que eu repassasse seis anos de convivência e visse cada erro meu , que até então desconhecia, fez com que eu entendesse que ele não havia errado sozinho, que havíamos sido cúmplices nos erros e, principalmente, que aquele relacionamento que eu acabava de dar fim não fora fadado ao término desde seu nascimento, mas levado a isso devido às incompreensões mútuas e a tentativa de entender o outro como um igual. Realmente, foi a leitura mais dolorida que me lembro de ter feito, cada página era um rio de lágrimas. Talvez seja incompreensível para alguns o tamanho da dor que eu sentia; porém, tentem acompanhar o que acontecia. Como tantos outros, aquele relacionamento não acabara por falta de amor, ao contrário, amor era a única coisa que restara, o que não restara era paciência para o cotidiano, era força para lutar pela paz e entendimento. Uma coisa me apaziguava a alma, era acreditar que ele fora fadado ao fracasso e pronto e que, portanto, nada poderia ter sido feito além do que já fora. Quando comecei a ler aquele livro foi mais como “ta, eu leio”, já que uma colega mais velha insistia muito que eu deveria lê-lo. Na realidade tinha uma aversão a esses livros com ares de auto ajuda, pois eles sempre parecem dizer o que já sabemos e isso me irrita muito; além do mais, a teoria de que homens e mulheres são diferentes ia totalmente contra meu radicalismo feminista da época. Todavia, a cada página o livro me demonstrava exemplos bem práticos e conhecidos de comportamentos de cada um dos gêneros, ali eu enxergava meu ex namorado, meu pai, meus amigos e, em contrapartida, via minha mãe, minhas tias, amigas e colegas e, por que não dizer, eu mesma. Ele explicava cada comportamento que me parecia idiota do sexo masculino e mostrava que eles tinham sentido e mostrava como eles geravam desentendimentos, pois as mulheres de um modo geral os achavam idiotas e não entendiam os significados embutidos. Da mesma forma, tratavam nossos comportamentos e me mostravam que talvez não era má vontade dos homens comigo, eles simplesmente não conseguiam perceber o mecanismo feminino. Terminei o livro com a idéia de que todos os homens que eu me dispusesse a amar deveriam lê-lo, começando pelo meu pai, o único homem com o qual eu mantinha um relacionamento próximo na época. Demorei algum tempo para convencer meu pai que um livro de auto ajuda poderia ser bacana e que poderia ajudá-lo a compreender essas mulheres malucas que o rodeavam. Tipo, meu pai lia Freud e livros de psiquiatria para tentar compreender o ser humano e biografias históricas para se divertir. Ele gostou bastante do livro e até tentou que sua esposa lesse, mas essa é outra história. Meu próximo namorado, depois disso, havia lido o livro. Não posso me queixar que ele não entendesse as mulheres, alias o que faltou nesse caso foi o tal do amor que, apesar de não conseguir salvar relacionamentos, ao meu ver, junto com o sexo é o essencial para qualquer tentativa de relação feliz, mas isso é só uma teoria.

Depois de alguns anos, alguns relacionamentos, algumas dores a mais, não vejo o livro mais como imprescindível. Alias, cinco anos depois, talvez, nem eu gostasse dele. Entretanto, continuo acreditando que a melhor forma de entendimento entre homens e mulheres se baseia em tentar entender que o outro não é um igual, é um ser que pensa, reage, sente de forma diferente. Todavia, essa é apenas mais uma teoria sem provas científicas.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Romantismo cotidiano

Eu sempre acreditei que as maiores provas de amor são dadas em gestos pequenos, sem alarde e sem intenção. Gritar aos quatro ventos seu amor pode ser fácil, ou difícil, depende da pessoa; porém, pode não ser sincero. Oferecer jantares, mil jóias e dúzias de flores provam um belo saldo bancário e interesse em conquistar; todavia, não provam nada em relação a sentimentos. As provas de amor geralmente vêm de atos sem a intenção de provar nada, pequenas amostras de preocupação e zelo. Pode parecer besteira para os que estão lendo, mas vê-lo colocando o despertador para o horário do meu antibiótico foi para mim um ato tão romântico. Enfim, eu e minhas divagações...

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Eu ando louca por essa música. Tão bonitinha e tão dramática...

"Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amaço
Sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo"


Cacá Moraes
Fico Assim se você

quarta-feira, janeiro 11, 2006

enfim, essa semana

Não bastasse a correria física e a estafa corpórea que esta semana está promovendo em meu ser, ainda tem as questões mentais. Sério mesmo, trabalhar no vestibular pela manhã e no meu estágio no resto do dia tem sido cruel. Sete da manhã e eu já estou na rua passando calor. Passar a manhã inteira com aquela camiseta, semi sintética, transpirando feito uma condenada faz com que eu repense seriamente o valor do dinheiro. Pensar que todo esse suor servirá apenas para pagar a minha enorme dívida contraída com a biblioteca faz com que eu tenha ganas da minha pessoa. Pensando bem, acho que sobrará um troco para a cerveja, que nesse calor terá que ser estupidamente gelada. Bom, então talvez valha a pena. De fato, trabalhar das 7 às 19 é brabo, claro que poderia ser pior se a minha sala, no estágio, não parecesse a Sibéria e bem melhor, se o ambiente matinal não fosse não semelhante ao Saara. Mas, enfim, o fato é que durante um dia eu transito por todas as possibilidades de temperatura que meu, pouco criativo, cérebro conseguiria imaginar. Semana começou bem, pressão baixa, eu todinha inchada devido ao período pré menstrual somado às altas temperaturas, muito sono e nenhum desejo de sorver o líquido amargo que tanto aprecio. Posso dizer que estou resistindo extremamente bem, claro que, a base de diurético, guaraná cerebral, água, mais diurético, mais guaraná, mais água e um bom humor que não sabia existente. Sim, porque se, em plena TPM, 40º a sombra, 12 horas de trabalho por dia..., eu ainda não matem nenhum vestibulando, é porque estou muito bem humorada.

Não bastasse o quadro apresentado, essa semana é de matrícula. Sem viajar muito, apenas com as básicas possíveis e uma eletiva, percebo que quero me matricular em 15 cadeiras. Quinze cadeiras mais um trabalho de cinco horas..... Pois é, aí está o problema, com o caos que está minha vida essa semana ainda tenho que escolher meu futuro nos próximos meses. Sei que não me formarei em três semestres e, nem quero, mas ir deixando cadeiras pendentes me angustia, por outro lado algumas chances de adiantamento me fascinam e, ainda por cima, tenho que continuar trabalhando. Tenho e quero. Para melhorar um pouquinho, questões familiares, inventariais, voltam à ativa bem nessa semana. Mas tudo bem, eu só queria ter uma banheira para ficar atirada. De qualquer forma, amanhã termina o vestibular e depois de amanhã a semana e terei algumas horas para dormir e a possibilidade de passar mais tempo com o ar condicionado me gelando. Bem que eu disse que meu ano só acabaria quase no meio de janeiro, a correria e o cansaço de 2005 se estenderam mais uns dias. Agora tenho que começar a pensar no que será 2006. Bons dias a todos.

sábado, janeiro 07, 2006

Frases colhidas em uma quinta-feira na Cidade Baixa

“Para ele tu foi só um corpo” Ressel

“Quem me dera que eu tivesse sido um corpo” Fernanda

“Tu foi apenas mais uma bunda para ele” Kalil

...........................................................................................

“Eu toquei no Kalil e ele ta duro” Cela

“Desculpe, senhor ereção” Ressel

................................................................

O LP tem todo um lance, ele é grannnnnnde....” Luis Felipe

................................................................................................

“O Luís só escuta o Ressel.” Kalil

“Aaaaah! Ele escuta a Fernanda também, a mim ele não escuta” Renata

...................................................................................................................

“Eu não sei ser grosso. Eu só sei ser grosso na hora certa. Nunca reclamaram.” Kalil

.......................................................................................................................................

“As que pesam são as melhores” Kalil

.............................................................

(enquanto se discutia a possibilidade do Brasil entrar e estado de sítio)

“Eu viveria bem em um sítio” Kalil

................................................................................................................

“O King Kong é a pessoa mais sensível do filme” Kalil

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Acabo de ler a coisa mais bela com a qual meus olhos já se depararam. Obrigada, Amor.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Fim de tarde em Porto Alegre

Chope, papo furado, papo sério e mais uns chopes, goloseimas... No melhor clima Casa de Cultura, bela forma de começar a semana. Ai, ai, como é bom estar de férias. Um brinde à amizade.

domingo, janeiro 01, 2006

cartão

Um dia a gente acorda e descobre que cansou. Acho que com tudo na vida é assim. Um dia tu acorda e pensa que deu o que tinha que dar. Que olhar cinco dias por semana para aquele barbudo que dá mil ordens com sua voz fanha não vale o mísero salário que ele paga que nunca dura até o fim do mês. Que aquelas paredes descascando não combinam mais com o nosso estilo de vida. Que aquela amiga chata que só reclama e ainda sempre estraga as roupas que emprestamos merece ser mandada longe. Que aquela blusa que ganhou de sua mãe há dez anos merece ir direto para o lixo sem passar perto da sacola de doações. Que aquele homem que parecia um príncipe não passa de um sapo e merece voltar para brejo. O que me impressiona é que os outros nunca entendem. As blusas e as paredes não reclamam, mas as pessoas... putz, como elas se indignam. Até parece que simplesmente tu acordou com vontade de mandá-la longe. Um simples sonho te fez mudar de rumo. Nunca ninguém compreende que para mandar alguém longe de uma hora para outra é preciso muito tempo de preparação. Às vezes anos de preparação. A voz fanha vai incomodando aos poucos, cada dia incomoda mais, vai se tornando insuportável, até o dia que tu acorda e quer que ela se ferre. As paredes vão descascando e te incomodando, cada dia um pouquinho mais, cada dia de uma forma mais irritante até que tu acorda e vê que ou muda a parede ou tu te muda. As amigas, as blusas, os amores.... Bom, as blusas são menos complexas, pois elas não te acusarão de louca em tpm. Acho que todos os homens abandonados passam a vida crendo que ela estava em tpm. Certo, muitas vezes estava, mas esse não é o âmago da questão. A questão é que os homens são cegos. Isso explica porque o fanho não percebeu que estava farta e que andava preparando o currículo para mandar aos concorrentes da empresa. Homens não enxergam os pequenos sinais diários que mandamos, não lêem caras feias e não compreendem indiretas. Como para eles a vida é a metáfora perfeita do futebol, esperam que vocês empunhem cartõezinhos amarelos como um árbitro indignado e não entendem quando o cartão vermelho é mostrado por uma falta que consideram menor. E aí fechem os ouvidinhos, pois sua querida progenitora será acusada de exercer a profissão mais antiga do mundo. Ou vocês já viram homem não xingar após seu time receber cartão vermelho? Fala sério.